Ensina-nos a contar os nossos dias

Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio. Sl. 90:12

Nossa vida se divide em ciclos de sete anos. Cada ciclo de sete anos possui dois ciclos de três anos tendo o sétimo ano como o ano sabático.

No Velho Testamento existe um princípio muito importante: o princípio do sábado. Há três sábados: o sétimo dia, o sétimo ano e o ano do jubileu que é o sábado de anos.

Para além do sétimo dia havia o ano sabático. A cada sete anos o sétimo ano era um sábado de forma que a terra podia descansar. Nesse ano não se plantava. Era um ano inteiro de sábado. Uma das causas do cativeiro de Israel foi porque não guardaram o ano sabático. 

O sábado de sábados era o ano do jubileu que acontecia a cada quarenta e nove anos. Nesse tempo os escravos eram libertos, as dividas eram quitadas e a terra voltava para os seus donos originais. Todo marcador era zerado.

Contarás sete semanas de anos, sete vezes sete anos, de maneira que os dias das sete semanas de anos te serão quarenta e nove anos. Então, no mês sétimo, aos dez do mês, farás passar a trombeta vibrante; no Dia da Expiação, fareis passar a trombeta por toda a vossa terra. Lv. 25:8-9

Assim vemos que na história do povo de Deus tudo deveria se inserir em ciclos de sete anos. A cada sete anos um novo ciclo deveria começar em nossa vida.

Moisés disse que a vida produtiva do homem vai a setenta anos. Isso significa 10 ciclos de sete anos.

Os dias da nossa vida sobem a setenta anos ou, em havendo vigor, a oitenta; neste caso, o melhor deles é canseira e enfado, porque tudo passa rapidamente, e nós voamos. Sl. 90:10.

Os marcos

Para que possamos saber quando ciclos começam e terminam precisamos de marcos. Para que possamos contar os nossos dias precisamos de marcos. 

Marcos são pontos de referência. Os marcos são eventos que produzem impacto em nossas vidas.

Esses impactos são pontos de referência em nossas vidas a partir de onde começamos a contar os nossos dias. Marcos são eventos que mudam a nossa vida.

Esse ponto de referência pode servir para marcar nossa vida ministerial, emocional, matrimonial, negócios, estudantil.

Põe-te marcos, finca postes que te guiem, presta atenção na vereda, no caminho por onde passaste; regressa, ó virgem de Israel, regressa às tuas cidades. Jeremias 31:21 

Exemplos de marcos ou pontos de referência:

  •  Um acidente ou uma separação dolorosa.
  •  O novo nascimento, a conversão, uma mudança de rumo.
  •  A morte de uma pessoa querida.
  •  O nascimento de um filho.
  •  O casamento.
  •  A aquisição de uma casa.
  •  Tudo o que é importante moralmente
  •  A consagração para o ministério
  •  Um novo empreendimento, um negócio.

Podem existir vários pontos de referência para vários ciclos ou áreas diferentes em nossas vidas. Numa área eu estou no primeiro ano, em outras no segundo e em outras no sexto ou sétimo.

Não queremos prever o futuro, mas apenas entender que a nossa vida se divide em ciclos ou fases e que estas fases duram sete anos cada.

Para alcançarmos um coração sábio precisamos saber em que ano estamos vivendo dentro de cada ciclo nas diversas áreas de nossa vida.

O que posso esperar de Deus nesse ano? Qual a promessa da Palavra de Deus para esse ano específico? Descobrimos isso quando sabemos onde esse ano se encaixa dentro de um ciclo.

O problema acontece quando não percebemos claramente esses ciclos em nossa vida. Isso acontece porque não concluímos os ciclos. Alguns recomeçam o mesmo ciclo várias vezes.

Antes de completar um ciclo o irmão muda de emprego. Ele muda de negócio como quem muda de roupa, nunca conclui ciclo algum. Se você quer ver a bênção de Deus precisa ir até o sétimo ano. Um ciclo de sete anos é o tempo para a frutificação perfeita.

Ciclos do crescimento

O primeiro grupo de três anos não é tempo de fruto, mas de crescimento.

Cada ano dentro de um ciclo possui um significado específico e um alvo específico deve ser alcançado dentro dele.

Ano um – O ano do aprendizado

É sempre o mais difícil. No casamento é o mais complexo e atribulado. No trabalho é o mais penoso. É o ano de ajustes, de aprendizagem e discipulado. Não se realiza tanto, mas se aprende muito.

Se você sabe que o primeiro ano é assim você terá mais paciência. Mas muitos desistem nesse primeiro momento porque a maioria de nós quer ver o lucro no primeiro ano. É um ano terrível, mas nele estabelecemos bases e fundamentos.

O primeiro ano não é um ano de grandes frutos, por isso não devemos esperar grandes resultados. Esse é o ano que ganhamos experiência.

Ano dois – O ano do serviço

É tempo de penar e trabalhar para demonstrar o serviço. No primeiro eu aprendo, mas no segundo eu pratico. Ainda não é tempo de resultados, é tempo de trabalho. 

Esse é o momento de conquistar reconhecimentos. É também tempo de humilhação, de quebrar o orgulho. Os imediatistas desistem no segundo ano. O problema é que cada vez que recomeçamos repetimos os dois anos anteriores.

O Brasil é o lugar onde há mais empreendedores no mundo, mas também é onde mais se fecha empresas. Isso acontece porque o brasileiro quer ter lucros já no segundo ano.

O segundo ano é o ano de suar a camisa. Nesse ano começamos a ganhar reconhecimento.

Ano três – O ano da aliança

É o tempo da intimidade, da confiança e do amor. Só podemos dizer que somos realmente amigos de alguém depois de pelo menos três anos de convivência. 

Foi só depois de três anos que Jesus disse a seus discípulos que já não eram servos, mas amigos (Jo. 15:15).

Jesus perguntou pra Pedro três vezes se ele o amava. Cada vez apontando para um ano. No terceiro ano a fidelidade é checada e testada.

O segundo grupo de três anos é para frutificação, mas esses frutos são incircuncisos.

Quando entrardes na terra e plantardes toda sorte de árvore de comer, ser-vos-á vedado o seu fruto; três anos vos será vedado; dele não se comerá. Porém, no quarto ano, todo o seu fruto será santo, será oferta de louvores ao SENHOR. No quinto ano, comereis fruto dela para que vos faça aumentar a sua produção. Eu sou o SENHOR, vosso Deus. Lv. 19:23-25

Esses frutos são vedados porque são amargos. Já estamos frutificando, mas os nossos frutos ainda não são perfeitos. Em nosso negócio não podemos ainda pegar o dinheiro, é tempo de reinvestir. 

Os frutos incircuncisos são para adubar a própria terra. Do quarto até o sexto os anos são de investimentos e adubo do próprio negócio.

Nos primeiros anos da Igreja todos os que chamamos para o teste ministerial desistiram ou foram reprovados. Eram frutos amargos, incircuncisos.

Ano quatro – O ano da oportunidade

Depois de três anos é necessário esperarmos ainda pelo quarto para vermos a frutificação.

O quarto ano é o tempo do teste. Se nos anos anteriores não tivemos frutos nesse ano algo terá de acontecer. O Senhor espera algum fruto quarto ano.

Então, Jesus proferiu a seguinte parábola: Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha e, vindo procurar fruto nela, não achou. Pelo que disse ao viticultor: Há três anos venho procurar fruto nesta figueira e não acho; podes cortá-la; para que está ela ainda ocupando inutilmente a terra? Ele, porém, respondeu: Senhor, deixa-a ainda este ano, até que eu escave ao redor dela e lhe ponha estrume. Se vier a dar fruto, bem está; se não, mandarás cortá-la. Lc. 13:6-9

Depois de quatro anos num negócio todos esperam que haja algum lucro. Os frutos ainda não serão tão abundantes. 

Baseados em Levítico 19:23 sabemos que os frutos dos três primeiros anos são amargos e imperfeitos, mas o fruto do quarto ano não é para ser colhido, mas para ser usado como oferta de louvores a Deus.

Tudo o que você ganhar no quarto ano deve ser integralmente reinvestido.

Se você está no quarto ano do seu casamento você deve investir tudo no próprio casamento.

Não desista, pois a tentação de largar tudo pode ser grande nesse momento.

Ano cinco – O ano da definição

Esse é o ano da perseverança. Somente no quinto ano é que as coisas são definidas, se avançamos ou não. 

Nas igrejas tradicionais os pastores ficam apenas cinco anos. Eles saem justamente no tempo da definição. É o tempo de testar a perseverança. Depois de cinco anos as raizes estão firmadas.

E disse: Abre a janela para o oriente; ele a abriu. Disse mais Eliseu: Atira; e ele atirou. Prosseguiu: Flecha da vitória do SENHOR! Flecha da vitória contra os siros! Porque ferirás os siros em Afeca, até os consumir. Disse ainda: Toma as flechas. Ele as tomou. Então, disse ao rei de Israel: Atira contra a terra; ele a feriu três vezes e cessou. Então, o homem de Deus se indignou muito contra ele e disse: Cinco ou seis vezes a deverias ter ferido; então, feririas os siros até os consumir; porém, agora, só três vezes ferirás os siros. II Rs. 13:17-19

Ano seis – o ano da bênção tríplice

É o ano da batalha e da vitória conquistada. É o ano da bênção tríplice, triplicada ou plena. A bênção suficiente para três anos. É uma bênção de provisão e refrigério. 

O maná era duplo no sexto dia, mas no sétimo ano a bênção será triplicada para que seja suficiente para o sétimo e para o oitavo ano que é o começo de um novo ciclo e ainda terá um tanto extra para enriquecimento e prosperidade.

Observai os meus estatutos, guardai os meus juízos e cumpri-os; assim, habitareis seguros na terra. A terra dará o seu fruto, e comereis a fartar e nela habitareis seguros. Se disserdes: Que comeremos no ano sétimo, visto que não havemos de semear, nem colher a nossa messe? Então, eu vos darei a minha bênção no sexto ano, para que dê fruto por três anos. Lv. 25:18-21

O problema de desistir é que quando desistimos nós começamos todo o ciclo novamente. Muitos vivem a vida repetindo esses quatro primeiros anos, ou seja, vivem sempre semeando e nunca colhendo, estão sempre penando e nunca desfrutando da bênção.

Faz as contas hoje. Em que ano você se encontra dentro dos ciclos?

Ano sete – O ano de descanso

É o ano do descanso da aflição e da tribulação. É tempo de louvores a Deus e desfrute da bênção.

No casamento é o ano de se fazer aquela viagem que você sonhou.

No sétimo ano não se plantava a ênfase está no descanso e no desfrute.

Precisamos concluir esses ciclos. Caso não concluamos começamos tudo de novo. Muitos nunca desfrutam do sétimo ano porque desistem nos anos anteriores.

Jacó amava tanto a Raquel que nem percebeu os anos que trabalhou por ela. Se amamos o propósito de Deus e sua bênção nem veremos os anos de luta.

Assim, por amor a Raquel, serviu Jacó sete anos; e estes lhe pareceram como poucos dias, pelo muito que a amava. Gn. 29:20

Sete anos são suficientes para checar o nosso coração e testar nossas motivações se realmente desejamos a bênção de Deus.

Ano oito – O início de um novo ciclo

O oitavo ano é o primeiro de um novo ciclo. 

O oitavo ano é caracterizado pela semeadura da bênção que tivemos no sexto e no sétimo. A principal característica do oitavo ano é a semeadura. Nele não colhemos, mas semeamos o que recebemos nos anteriores. 

Se deixamos de semear no oitavo quebramos o ciclo e não avançamos para um novo nível de riqueza e prosperidade.

Muitos esquecem a semeadura do oitavo como os discípulos esqueceram que tinham um oitavo pão quando Jesus perguntou a eles quantos pães tinham. Mesmo depois de terem colhido sete cestos cheios foram para o barco e dividiram apenas um pão.

Mas os seus discípulos lhe responderam: Donde poderá alguém fartá-los de pão neste deserto? E Jesus lhes perguntou: Quantos pães tendes? Responderam eles: Sete. Mc. 8:4-5

Ora, aconteceu que eles se esqueceram de levar pães e, no barco, não tinham consigo senão um só. 8:14

O segredo da bênção para um novo ciclo está na semeadura. Os pães foram multiplicados quando os discípulos os distribuíram, mas aquele pão que foi esquecido e deixado no barco não foi multiplicado.

Ciclos podem ser retomados e concluídos

Setenta semanas de anos foram designadas para Israel (Dn. 9:24). Eles cumpriram 69 semanas que vai desde a saída da ordem para restaurar Jerusalém até a morte de Jesus. Entretanto eles rejeitaram a Jesus e uma semana ficou suspensa. Essa semana se cumprirá no final desta era.

Isto mostra que um ciclo pode ser interrompido e concluído posteriormente. Isto mostra a misericórdia de Deus, pois casamentos podem ser refeitos, ministérios podem ser restaurados e trabalhos inacabados podem ser concluídos.

Podemos ter ciclos menores e maiores que sete.

A vida de Moisés é dividida em três grandes ciclos de quarenta anos cada.

Por outro lado o ministério de Jesus durou três anos e meio, isso significa que o ciclo será concluido nos dias da grande tribulação.

Os ciclos podem ser mais longos que o necessário

O tempo de jornada do povo de Israel até Canaã era para ser rápido, talvez de seis e nove meses. Todavia, despendeu 40 anos por causa da rebeldia.

Existe uma matemática de Deus quando contamos os nossos dias. Há dias que são contados e outros não. Os dias contados são apenas os aprovados por ele ou vividos diante dele.

Deus não conta os anos vividos na carne e nem conta aqueles em que saímos da sua presença e não cumprimos a sua vontade. 

Pr. Aluizio A. Silva