A mentira do estresse
Quando lidamos com qualquer problema, precisamos primeiro descobrir qual a é sua origem se desejamos resolvê-lo. Lidar apenas com os sintomas não resolverá o problema, somente trará um alívio momentâneo.
Muitas vezes, há coisas ruins acontecendo em nossa vida, como a pobreza, a ansiedade, a depressão e muitos tipos de enfermidades físicas.
Esses problemas são como frutos de uma árvore.
Algumas vezes, tentamos remover os frutos assim que eles brotam, mas percebemos que, logo em seguida, eles aparecem novamente.
Removê-los, portanto, não resolve o problema permanentemente.
E como resolvê-lo? Apenas lidar com os frutos nunca vai eliminar o problema. Precisamos entender que existe algo abaixo da superfície que sustenta todas as doenças que aparecem acima. Precisamos, pois, lidar com as raízes. Só podemos eliminar uma planta se removermos suas raízes.
Normalmente, não temos consciência do que está abaixo do solo, por isso lidamos apenas com aquilo que vemos na superfície.
Do mesmo modo, as doenças crônicas, os problemas conjugais, a depressão, a ansiedade e os problemas financeiros são como os frutos de uma planta doente, você pode arrancar alguns frutos que apareceram, mas é uma questão de tempo até que outros se manifestem novamente.
Creio que a sequência do que aconteceu no primeiro pecado nos dá uma chave para entendermos como todos os frutos do pecado se manifestam. Se lermos atentamente, veremos uma sequência acontecendo na queda do homem.
Primeiro, ele comeu do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal.
Como consequência, percebeu que estava nu e sentiu condenação.
A condenação se manifestou na forma de vergonha.
Por causa da condenação, o homem se escondeu com medo de Deus.
No fim, Deus disse que ele agora comeria do suor do rosto, o que representa o estresse das preocupações do dia a dia.
Adão era rico, vivia num lugar cheio de ouro e pedras preciosas e tinha todo o suprimento de que necessitava. Agora, porém, havia sido expulso do jardim e deveria se esforçar para sobreviver. Não haveria certeza de que o fruto cresceria numa terra que agora estava amaldiçoada.
É muito importante que você entenda essa sequência para perceber o que está abaixo do solo e se constitui a raiz e origem de nossos problemas.
Vamos analisar essa sequência começando pelo mais superficial até chegarmos à raiz.
O estresse causa todo tipo de doença
Creio que não deve passar uma semana sem que apareça algum artigo na mídia mostrando como o estresse tem produzido todo tipo de enfermidade. Desde doenças reconhecidamente psicossomáticas até tumores cancerígenos, todos eles podem ter sua origem nas preocupações, na angústia e no estresse.
Se o problema é o próprio estresse, então a solução obviamente seria eliminar o que parece causá-lo. O trabalho é estressante, mas, como não dá para viver sem trabalhar, ficamos sem saída. Podemos procurar um trabalho mais tranquilo, mas poucos têm essa opção.
Muitas vezes, os próprios relacionamentos são estressantes, mas não podemos viver sem nos relacionarmos. Temos preocupações de todo os tipos, contas a pagar constantemente e pressões de todos os lados. Parece que viver neste mundo é sinônimo de estresse.
Essa é a consequência do trabalho com o suor do rosto, o qual mostra que, neste mundo caído debaixo de maldição, o estresse é inevitável.
Ainda que o estresse seja a causa imediata de muitos problemas físicos e psíquicos, sabemos que existe algo mais profundo.
Olhando a experiência do homem no Éden, entendemos que o que causou o estresse, na verdade, foi o medo.
O medo produz o estresse
Quando Adão e Eva foram criados, a Palavra de Deus diz que eles estavam nus e não se envergonhavam. Na verdade, eles estavam revestidos da glória de Deus. Essa glória é o que lhes permitia dominar sobre toda a criação.
Contudo, no momento em que pecaram, eles foram destituídos da glória de Deus (Rm 3.23).
Depois que pecaram, o Senhor veio ter com eles e perguntou: “Adão, onde está você?” (Gn 3.9). É interessante que a primeira pergunta do Velho Testamento é: “Onde está o homem?”, mas a primeira pergunta do Novo Testamento é: “Onde está o rei?” (Mt 2.2). É assim porque, quando você descobre onde está Cristo, entende onde você está.
E chamou o SENHOR Deus ao homem e lhe perguntou: Onde estás? Ele respondeu: Ouvi a tua voz no jardim, e, porque estava nu, tive medo, e me escondi. (Gn 3.9-10)
Gênesis 3.10 relata como o medo entrou no mundo.
Essa é a primeira menção de medo na Palavra de Deus.
O homem não foi criado para viver assim.
Hoje, as pessoas têm medo de muitas coisas, mas a origem de todos os medos é o medo da morte.
A pessoa diz, por exemplo, que tem medo de voar de avião, mas o medo, na verdade, é da morte. Deus não quer que você viva com medo — do futuro, de envelhecer, de não ter o suficiente, de perder o emprego, de ficar doente, de perder alguém etc.
Você consegue perceber que o medo é que produz o estresse? O trabalho pode ser cansativo, mas o medo de perder o cargo, de não cumprir a meta e ser demitido é que realmente gera o estresse. Temos medo de perder o emprego porque, se o perdermos, não teremos plano de saúde, então temos medo de ficar doentes e morrer. O que estressa realmente é o medo da morte que está no fim de qualquer cadeia de preocupações.
Mas, afinal, por que vivemos com tanto medo? O que sustenta tanto medo dentro de nós? Isso nos leva a concluir que nem mesmo o medo é a origem final dos nossos problemas. Ele certamente está presente e pode ser facilmente percebido, mas há uma causa mais profunda.
Adão disse que teve medo porque percebeu que estava nu. Ele sentiu-se envergonhado, essa é a origem do medo. Adão ficou consciente do pecado, e o resultado foi a vergonha, a condenação.
Tudo começa com a consciência de culpa.
Deus havia dito a Adão que, se ele comesse do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, morreria. Entretanto, ele havia acabado de comer e não havia morrido (pelo menos não fisicamente).
Então, certamente concluiu que Deus o mataria. Essa é a origem de todo medo.
A base do medo é o pensamento de que não somos amados, que precisamos primeiro mudar, ser melhores, para só depois merecermos o amor de Deus. Muitos vivem procurando conquistar o amor de Deus fazendo coisas, mas, quanto mais fazem, mais falham e se sentem menos amados.
Consciência de pecado, vergonha e condenação são coisas sinônimas, mas o Senhor diz que, no lugar da vergonha, haverá dupla honra (Is 61.7).
A condenação desperta o medo
A vida de muitos cristãos é completamente cheia de medo.
Eles vivem atormentados com medo de Deus não ouvir sua oraçãoo.
Têm medo do amanhã porque temem ser abandonados. Temem o futuro. Temem os desafios da obra de Deus. Têm medo de correr riscos. Têm medo de depender exclusivamente de Deus e viver pela fé.
Todo medo é proveniente do sentimento de condenação e falta de conhecimento do quanto somos amados.
A lógica do primeiro pecado foi a seguinte: quando o homem comeu do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, imediatamente o diabo o condenou mostrando-lhe sua nudez.
O inimigo disse: “Você está desqualificado para chegar diante de Deus. Deus vai condená-lo por causa do seu pecado”.
Debaixo de condenação, o homem só consegue esperar a condenação de Deus, e foi isso que gerou o medo.
Por que tememos tanto o futuro? Porque pensamos que, como somos tão pecadores, Deus não vai cuidar de nós, pois não merecemos seu cuidado. “Eu preciso me apegar a esse emprego porque, se perdê-lo, Deus não vai cuidar de mim, pois Ele só cuida dos que são fiéis, e eu não sou fiel.” Observe que existe uma relação estreita entre a condenação e o medo. O sentimento de condenação faz com que pensemos que Ele não nos ama, e isso produz medo.
Quanto mais introspetiva é a pessoa, mais consciente ela é das suas falhas e consequentemente se vê como menos digna da bênção de Deus.
O resultado é que ela sentirá mais medo, e o medo, por sua vez, produzirá mais estresse. No fim, ela pode ter colapso nervoso ou até entrar em depressão.
Entretanto, se eliminarmos a condenação, o medo perderá o seu poder e consequentemente o estresse deixará de existir.
Mas como podemos nos livrar da condenação?
Precisamos crer que o nosso pecado já foi apagado e que somos amados incondicionalmente pelo Pai.
O amor é definido no Novo Testamento não como o nosso amor por Deus, mas o amor d’Ele por nós. Temos ouvido muitas pregações dizendo que precisamos amar a Deus, mas como podemos fazer isso? Se for apenas um mandamento, jamais conseguiremos cumpri-lo. Ninguém jamais conseguiu cumprir a lei, nem mesmo Davi cumpriu o primeiro mandamento.
Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciação pelos nossos pecados. (1 Jo 4.10)
Precisamos ter os olhos abertos para perceber que o ponto central é o amor de Deus por nós, e não o nosso amor por Ele.
Nosso amor por Ele será apenas uma resposta do amor que recebemos. Quando entendemos que somos amados, então nós o amamos.
O apóstolo João era o discípulo a quem Jesus amava. Ele se identifica dessa forma no seu Evangelho. Na última ceia, o Senhor disse que um deles o trairia. Pedro representa aqueles que se apoiam em seu próprio amor pelo Senhor, e ele rapidamente disse: “Por ti darei a própria vida”.
Replicou Pedro: Senhor, por que não posso seguir-te agora? Por ti darei a própria vida. Respondeu Jesus: Darás a vida por mim? Em verdade, em verdade te digo que jamais cantará o galo antes que me negues três vezes. (Jo 13.37-38)
João, porém, estava reclinado no peito do Senhor e perguntou quem era o traidor:
Ora, ali estava conchegado a Jesus um dos seus discípulos, aquele a quem ele amava; a esse fez Simão Pedro sinal, dizendo-lhe: Pergunta a quem ele se refere. Então, aquele discípulo, reclinando-se sobre o peito de Jesus, perguntou-lhe: Senhor, quem é? Respondeu Jesus: É aquele a quem eu der o pedaço de pão molhado. Tomou, pois, um pedaço de pão e, tendo-o molhado, deu-o a Judas, filho de Simão Iscariotes. (Jo 13.23-26)
Somente João soube quem trairia Jesus. Aquele que se gloriava no seu amor pelo Senhor pediu àquele que se gloriava em ser amado pelo Senhor.
São dois estilos de vida, dois tipos de ministério.
No fim, João estava ao pé da cruz, mas Pedro negou Jesus.
Com qual deles gostaríamos de nos identificar?
Não confiamos em nosso próprio amor pelo Senhor, mas descansamos no seu amor por nós. Nosso próprio amor é lei, mas o amor d’Ele é graça.
Por isso, precisamos entender a diferença entre a lei e a graça.
A lei condena o melhor de nós, mas a graça perdoa o pior entre nós.
No monte Sinai, o Senhor mandou tirar as sandálias dos pés porque aquele era santo, mas, na Parábola do Filho Pródigo, o pai mandou que colocassem as sandálias nos pés do filho que estava perdido e foi achado.
Na Parábola do Filho Pródigo, o pai nem mesmo cumpriu a lei. Pela lei, ele deveria entregar o seu filho rebelde aos anciãos para ser apedrejado. Todavia, em vez disso, ele correu, abraçou-o e o beijou.
Se alguém tiver um filho contumaz e rebelde, que não obedece à voz de seu pai e à de sua mãe e, ainda castigado, não lhes dá ouvidos, seu pai e sua mãe o pegarão, e o levarão aos anciãos da cidade, à sua porta, e lhes dirão: Este nosso filho é rebelde e contumaz, não dá ouvidos à nossa voz, é dissoluto e beberrão. Então, todos os homens da sua cidade o apedrejarão até que morra; assim, eliminarás o mal do meio de ti; todo o Israel ouvirá e temerá. (Dt 21.18-21)
Ele não quer nos condenar. Nós amamos simplesmente porque somos amados.
Nisto é em nós aperfeiçoado o amor, para que, no Dia do Juízo, mantenhamos confiança; pois, segundo ele é, também nós somos neste mundo. No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor. Nós amamos porque ele nos amou primeiro. (1 Jo 4.17-19)
Precisamos nos alimentar do amor de Cristo todos os dias para vencermos todo medo. Só o amor lança fora o medo. Nós vencemos o diabo quando descansamos e sabemos que somos amados pelo Pai.
No dia do seu batismo, o céu se abriu para Jesus e o Pai declarou: “Este é meu Filho amado, em quem tenho todo o meu prazer” (Mt 3.17). Até esse momento, Ele não havia feito coisa alguma, nenhum milagre, mas já era amado. Assim como Ele, nós não somos amados porque fizemos algo, mas unicamente porque somos filhos.
Logo em seguida, o Senhor é levado ao deserto para ser tentado pelo diabo. Nesse ponto, o inimigo diz: “Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães” (Mt 4.3). Veja que ele não disse: “Se és um Filho amado de Deus, então manda […]”. Ele omitiu o “amado” porque sabe que, quando entendemos que somos amados, a tentação perde completamente o poder.
Você nunca saberá o quanto Deus o ama até entender o quanto o Pai ama Cristo. Você precisa entender o quanto Cristo é amado, mas ainda assim Deus Pai o entregou para ter você. Esse é o tamanho do amor de Deus por você. É nessa proporção que você é amado. Deus entregou o que tinha de mais precioso para ter você.
A lei produz condenação
Depois de manifestar vergonha e medo, percebemos a condenação em Adão. Quando nos sentimos condenados, também condenamos os outros.
Então, disse o homem: A mulher que me deste por esposa, ela me deu da árvore, e eu comi. (Gn 3.12)
A base da condenação é a consciência de si mesmo.
Não existe nada mais problemático do que ficar ocupado consigo mesmo o tempo todo. A introspecção é um problema grave, porque ela nos deixa bloqueados.
O homem, porém, não pode simplesmente negar a acusação e a condenação como se não existissem. O pecado é real, bem como a condenação. O que precisamos é ter nossa dívida paga. E foi exatamente isso que Deus fez em Cristo. Na cruz, nossa dívida do pecado foi completamente paga. Hoje, podemos viver em paz, sem condenação, pela fé no sacrifício do Cordeiro. Sobre nós, não há mais nenhuma condenação.
Gosto sempre de meditar em como um israelita oferecia o cordeiro como oferta pelo pecado. O ofertante trazia o cordeiro ao tabernáculo e o apresentava diante do sacerdote. O sacerdote, então, avaliava o cordeiro. Veja bem que ele não avaliava o ofertante, mas o cordeiro. Se o cordeiro fosse aceito, o ofertante era aceito também.
Depois disso, o ofertante impunha as mãos sobre o animal. Nesse momento, duas coisas aconteciam: os pecados do ofertante eram transferidos para o cordeiro, e a justiça do cordeiro era transferida para ele. Logo em seguida, o animal era morto. Quando o cordeiro era imolado, todos os pecados do ofertante eram perdoados. Ele ia embora completamente justo diante de Deus.
Foi exatamente isso o que aconteceu na cruz. O problema é que ainda pensamos que o Senhor está nos avaliando para ver se podemos ser aceitos. Nada pode estar mais distante da verdade. Ele sempre olha para o Cordeiro, Jesus, e, se o Cordeiro é aceito, nós somos aceitos também.
Não é uma questão do quão bom você é, mas do quão bom é o Cordeiro. Os olhos de Deus estão sobre o Cordeiro, e não sobre você. Se Jesus é o seu Cordeiro, então fique em paz, você está perdoado.
Culpa, condenação e acusação são aspectos de uma mesma obra maligna. Essa é a obra do diabo. Ele virá diversas vezes para fazê-lo se sentir culpado por alguma coisa. Ele o fará se sentir culpado pela forma como está desempenhando o seu papel de pai, de provedor do lar, de membro do corpo de Cristo e líder. Ele o fará se sentir culpado até por ficar doente.
É o diabo que procura criar em nós o hábito de sempre procurar um culpado. Se a reunião está pesada, começamos a procurar um culpado. Se a igreja enfrenta um problema, logo procuramos um Acã que seja o culpado.
Em João 9, quando os discípulos encontraram um cego à beira do caminho, eles perguntaram: “Quem pecou? Ele ou seus pais?” O Senhor jamais age como condenador, por isso Ele respondeu: “Nenhum dos dois. Ele nasceu assim para que nele se manifeste a glória de Deus”.
Quando houver um problema, simplesmente enfrente-o. Não pergunte de quem é a culpa. Gostamos de culpar nossos pais pelos mais diferentes problemas que enfrentamos. Culpamos até nossos antepassados. Precisamos aprender a lidar com os problemas como Jesus. Não interessa quem é o culpado, esse problema será uma oportunidade para Deus mostrar a sua glória.
Como podemos vencer a acusação e a condenação? Em primeiro lugar, nós as vencemos pelo sangue do Cordeiro. Estamos habituados a clamar pelo sangue como um tipo de proteção contra todo tipo de ataque do diabo. Não sou realmente contra isso, mas precisamos reconhecer que não é essa a principal finalidade do sangue de Jesus.
A principal razão de o sangue ter sido derramado foi o perdão dos nossos pecados. O sangue nos oferece proteção contra todo tipo de condenação. Quando você entende que o sangue o fez justo e que todos os seus pecados são perdoados, então está protegido contra a acusação.
A seguir, tomou um cálice e, tendo dado graças, o deu aos discípulos, dizendo: Bebei dele todos; porque isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados. (Mt 26.27-28)
Quando você ouvir a voz do acusador, lembre-se de que “agora, pois, não há nenhuma condenação para os que estão em Cristo Jesus”.
Agora, não importa o que o diabo condena em você, o sangue de Jesus foi derramado para o perdão de todos os nossos pecados. É por isso que Isaías 54 diz que nenhuma arma forjada contra nós prosperará.
Toda arma forjada contra ti não prosperará; toda língua que ousar contra ti em juízo, tu a condenarás; esta é a herança dos servos do SENHOR e o seu direito que de mim procede, diz o SENHOR. (Is 54.17)
O diabo está sempre levantando sua língua contra nós em juízo, mas somos nós agora que o condenamos quando confessamos o sangue de Jesus.
Estas são as três raízes profundas que o diabo usa para nos atacar: a culpa, o medo e a condenação, as quais são a raiz de todos os males que enfrentamos. Se aprendermos a removê-las, vamos desfrutar de vida abundante.
A lei é a árvore do conhecimento
A condenação possui ainda uma base mais profunda. Tudo começou porque o homem comeu da árvore do conhecimento do bem e do mal. Veja bem que ela não é chamada de árvore do pecado, mas do conhecimento do bem e do mal. A Palavra de Deus diz que, pela lei, vem o pleno conhecimento do pecado.
Basicamente, a vergonha é a consciência de culpa. E o que produz no homem a consciência de culpa? Muitos pensam que é o pecado, mas, na verdade, é a lei. Antes da lei, o pecado estava no mundo, mas o homem não tinha consciência do pecado, porque não havia lei. A lei, então, foi dada para revelar o pecado que já estava lá.
A lei é a base da tentação e depois é também a base da vergonha e da culpa. Se o diabo queria destruir o homem, por que ele não tentou Eva a matar Adão? Simplesmente porque a única lei era não comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Ele só pode tentar com base na lei.
No princípio, havia duas árvores no Éden: a árvore da vida e a árvore do conhecimento do bem e do mal. A árvore da vida aponta para o Senhor Jesus e consequentemente representa a graça e o favor de Deus. A árvore do conhecimento do bem e do mal, por outro, aponta para a lei. É a lei que nos faz conhecedores do bem e do mal. A vontade de Deus nunca foi que comêssemos da árvore do conhecimento do bem e do mal, pois o resultado disso é morte. Paulo chama a lei de ministério da condenação e também diz que o ministério da lei é morte (2 Co 3.7). Assim, descobrimos que o sentimento de condenação tem uma origem, a lei.
O conhecimento do bem e do mal que a lei traz não nos faz ficar mais próximos de Deus, pelo contrário. Se estiver debaixo da lei, a única coisa que você terá é religião. Deus, porém, está procurando um relacionamento conosco baseado na sua bondade, no seu amor e na sua graça. Quando o homem compartilha da árvore do conhecimento do bem e do mal, ele começa a depender dos seus esforços para fazer o bem e manter-se longe do mal. E, quando o homem depende do seu esforço próprio, o resultado é o fracasso e morte.
Não pense, no entanto, que a árvore do conhecimento do bem e do mal seja do diabo. Ela é de Deus e foi o próprio Deus que a plantou no jardim, mas não foi feita para que o homem comesse dela. No mesmo princípio, embora a lei do Senhor seja santa, justa e boa, ela não foi concebida para que o homem a guardasse.
Todas as religiões são baseadas na árvore do conhecimento do bem e do mal, todas estão baseadas na lei, pois todas escravizam o homem e não podem salvá-lo.
Certa vez, C. S. Lewis foi convidado para um debate sobre religiões comparadas. Ele era conhecido como cristão e era professor da Universidade de Oxford. Assim, foi convidado para representar o cristianismo.
A primeira pergunta feita aos representantes de cada religião foi: “O que a sua religião tem de único em relação a todas as outras?” Todos os debatedores responderam, mas nenhum pôde falar de uma diferença grande entre elas, pois todas as religiões seguem basicamente a lei. Se o seguidor se comporta bem, é abençoado, mas, se age mal, é punido.
Quando chegou a vez de C. S. Lewis responder, ele disse: “Se eu disser que os ensinos de Jesus e o seu alto padrão moral tornam o cristianismo único, poderia ser que outros afirmassem que seus mestres possuem ensinamentos elevados também. Se disser que a ressurreição faz o cristianismo único, poderia ser que alguma outra religião também afirmasse algo semelhante. Entretanto, existe algo que torna o cristianismo único e diferente de todas as outras religiões: a graça de Deus. Em toda religião, os bons são abençoados e os maus são castigados, mas, no cristianismo, a graça de Deus inverte essa lógica.
Deus resolveu abençoar aquele que não merece, mas crê na sua graça. Assim, quanto mais o homem é pecador, mais graça de Deus ele experimenta.
O cristianismo é a única organização no universo em que a qualificação para entrar é ser desqualificado”.
Saia da religião e venha desfrutar da graça de Deus.
Não há mais julgamento para você.
Pare de depender da árvore do conhecimento e viver uma religião vazia como todas as outras.
Não transforme o cristianismo numa religião. Não espere conhecer o bem o e mal para ser justificado. Desfrute do que Cristo conquistou para você na cruz.
O que é a lei? Lei é tudo aquilo que eu tenho de fazer para Deus com o fim de ser aceito por Ele. Eu já fui liberto da lei. Não preciso mais fazer coisa alguma com o fim de ser aceito, pois, por intermédio da obra da cruz, tenho livre e perfeito acesso. Fui justificado, perdoado, purificado, reconciliado, santificado, liberto e salvo.
O problema acontece quando um crente resolve viver segundo o padrão da lei, o padrão do merecimento e da justiça própria. Quando isso acontece, todos os elos da corrente se ligam novamente. Por causa do merecimento da lei, ele passa a sentir consciência de pecado e condenação. A condenação, por sua vez, vai gerar o medo, o medo vai produzir o estresse e o estresse vai gerar todo tipo de maldição na vida daquele crente. Ele é crente, foi salvo, mas escolheu voltar a viver pela lei, a árvore do conhecimento do bem e do mal.
O que é a graça? Graça é aquilo que Deus faz por mim.
Lei é o que eu faço. Estamos debaixo da graça, ou seja, estamos debaixo daquilo que Deus faz por nós. Só haverá vitória permanente se vivermos na esfera da graça, do favor imerecido. Estando na graça, não haverá mais condenação sobre nós.
Tenha clareza do quanto você é amado, e esse amor vai lançar fora todo medo. E, sem o medo, mesmo que enfrente todas as lutas do dia a dia, você não ficará estressado, porque toda raiz de medo, condenação e merecimento foi retirada de você.
Pr. Aluízio Silva