O poder da comunhão
Nestes dias, temos sido impedidos de nos reunir por causa das medidas contra a pandemia da covid-19, mas sabemos que o mover de Deus passa pela comunhão. Deus estabelece um princípio de vida na terra que carrega o principio de sua própria existência! Deus subsiste em comunidade, Pai, Filho e Espirito Santo. Na comunhão da semente com a terra e do sémen com o óvulo a vida se estabelece! A vida acontece na comunhão e essa relação é o proposito de Deus! O diabo tenta destruir e distorcer a todo custo esse principio de vida poderoso que Deus nos deu para a nossa edificação e desfrute! Quando nos unimos como igreja, produzimos vida no espirito e a unção de Deus pode ser experimentada entre nós!!! Assim, precisamos orar pela igreja e por nossa vida de comunhão. Já somos uma igreja em células, mas podemos avançar muito mais para sermos um lugar de expressão viva do amor de Deus.
Por incrível que pareça, o Novo Testamento fala muito mais sobre comunhão do que sobre evangelismo. Normalmente, uma pessoa decide-se por uma igreja pela acolhida que lhe é dada. Ninguém consegue ficar em uma igreja onde não faça amizades. O cristianismo é, sobretudo, relacionamento. E a amizade é a maior ponte para o evangelismo.
Uma pesquisa realizada pelo Instituto John Haggai mostrou as formas como as pessoas se convertem nos países do terceiro mundo.
A esmagadora maioria das pessoas vem para Cristo por causa de um relacionamento familiar ou de amizade.
O que desejamos nestes dias é desenvolver vínculos de relacionamentos para que sejamos como uma grande rede lançada no mar deste mundo, uma rede na qual os peixes fiquem presos pelos nós da amizade.
Renove seu conceito de igreja
Com o passar do tempo, podemos perder o frescor da vida em comunidade e as células podem se tornar apenas mais um programa. Queremos reafirmar nossa identidade e fortalecer ainda mais nossa visão pedindo o santo colírio de Deus para tirar toda cegueira.
A igreja não é um clube, onde cada um paga sua mensalidade e vive isoladamente. Alguns ainda pensam que seus dízimos sejam como a contribuição de um clube.
Contribuímos para que o reino de Deus avance, e não para termos algum tipo de benefício pessoal, como num clube.
A igreja não é um abrigo de salvos, onde cada um busca seus próprios interesses. Não estamos aqui para fazer nossa própria vontade, mas a vontade daquele que nos chama das trevas para sua luz.
A igreja não existe em nossa função; antes, estamos aqui em função do propósito de Deus.
A igreja também não é uma prestadora de serviços, da qual sou apenas um cliente esperando ter minhas necessidades atendidas. Muitos encaram a igreja como uma prestadora de serviços espirituais, na qual podem buscar, quando desejarem, uma ministração forte, uma palavra interessante, uma aula apropriada para seus filhos, um ambiente agradável, e assim por diante.
Quando, por algum motivo, os serviços da igreja caem de qualidade, esses consumidores saem à procura de outro shopping espiritual mais eficiente. Membros assim não têm aliança com o corpo.
Nestes dias, queremos renovar as alianças de cada membro com a igreja.
A igreja não é uma casa de espetáculos, onde somos apenas espectadores. Para alguns, a igreja não passa de mais um entretenimento. Apreciam as músicas, a pregação e o ambiente, mas ainda não compreenderam a realidade do culto racional que resulta num sacrifício vivo na presença de Deus.
A igreja é uma família, na qual temos o mesmo Pai, o mesmo irmão mais velho e somos todos irmãos.
O poder da comunhão na vida da igreja
No salmo 133, lemos a respeito do poder da comunhão no meio do povo de Deus.
Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos! É como o óleo precioso sobre a cabeça, o qual desce para a barba, a barba de Arão, e desce para a gola de suas vestes.
É como o orvalho do Hermom, que desce sobre os montes de Sião. Ali, ordena o SENHOR a sua bênção e a vida para sempre. (Sl 133.1-3)
Ó! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos! (Sl 133.1)
Essa é a exclamação de alegria do Senhor a respeito de seu povo. O Senhor habita no meio da comunhão de seu povo.
O Senhor, teu Deus, está no meio de ti, poderoso para salvar-te; ele se deleitará em ti com alegria; renovar-te-á no seu amor, regozijar-se-á em ti com júbilo. (Sf 3.17)
Assim, nada entristece mais a Deus do que a divisão no meio de seus filhos.
Tal comunhão não é simplesmente um ajuntamento, mas um compromisso mútuo de unidade para a expressão do Senhor na terra.
Uma sacola de membros não é um corpo; um amontoado de material de construção não é um edifício; e um ajuntamento de crentes não é necessariamente uma igreja.
O que nos dá a identidade é a unidade. Sem unidade, somos um corpo disforme, mas, quando somos unidos, expressamos a Cristo.
É como o óleo precioso sobre a cabeça, o qual desce para a barba, a barba de Arão, e desce para a gola de suas vestes. (Sl 133.2)
O óleo precioso do Espírito de Deus desce da cabeça.
Evidentemente, somente aqueles que estão conectados à cabeça desfrutam do óleo fresco da unção.
Nestes dias, queremos experimentar esse óleo juntos, em comunhão.
O Espírito Santo é o poder de Deus, e esse poder está em você. O Espírito Santo é a unção de Deus sobre nós.
Entretanto, quando estamos juntos em comunhão, essa unção é potencializada e esse poder pode ser liberado de forma explosiva sobre nós.
O óleo representa a unção na Palavra de Deus.
O azeite era um elemento muito versátil no mundo antigo, ele servia para virtualmente qualquer coisa e simboliza a provisão completa da unção do Espírito.
O fato de o Salmo 133 nos dizer que a comunhão libera o óleo é algo muito precioso. Quando estamos unidos a nossos irmãos, esse óleo desce da cabeça, que é Cristo, e alcança todos os membros.
O uso do óleo entre o povo de Israel é um retrato claro da provisão completa da unção para o povo de Deus hoje. Todas essas coisas vêm sobre nós porque estamos unidos aos irmãos na agradável comunhão do corpo de Cristo.
A primeira utilidade do azeite estava na preparação dos alimentos, sendo ele mesmo, na verdade, um alimento. No mesmo princípio, nós precisamos receber periodicamente uma porção da unção de azeite do céu como alimento.
Quando deixamos de nos alimentar dessa unção, somos enfraquecidos e nos sen- timos incapazes de fazer a vontade de Deus.
A unção, portanto, é alimento.
Você sabia que a comunhão nos alimenta?
Sim, a comunhão libera o óleo que nos nutre.
A segunda utilidade do azeite nos dias antigos estava na feitura de sabão.
A unção do azeite também tem a função de limpar e purificar a nossa vida.
Quando digo purificar, não me refiro propriamente à purificação do pecado, mas à purificação da sujeira do mundo. A morte do mundo nos contamina e nos faz ficar insensíveis a Deus. A unção, então, nos purifica da poeira da carne que nos contamina. Todos nós testificamos que, quando estamos na comunhão dos irmãos, nossos pés são lavados da poeira do mundo.
As lamparinas do mundo bíblico eram mantidas acesas usando o azeite como combustível. No mesmo princípio, nossa luz somente pode brilhar diante do mundo se houver o azeite do céu em combustão dentro do espírito. E esse azeite vem sobre nós na comunhão dos irmãos. Cada vez que nos reunimos, devemos esperar uma medida do combustível celestial sobre nós.
O azeite também era usado pelo sacerdote para ungir e consagrar pessoas e coisas a Deus, como também era usado pelo médico como remédio. A unção é também para consagração.
O propósito de Deus somente pode ser cumprido por meio da unção.
O suprimento de Deus para nossa vida vem somente pela unção, e todo jugo do pecado pode ser quebrado e destruído pelo poder da unção. Quando estamos em comunhão, os jugos do pecado e do diabo são quebrados e experimentamos o refrigério de Deus.
Um aspecto importante da unção está em Tiago 5.14, ali o autor nos manda ungir os enfermos para serem curados.
Há cura disponível para o povo de Deus na comunhão dos irmãos. O óleo da cura é liberado quando estamos juntos e ministramos uns aos outros. Sabemos que o óleo do Espírito é o suprimento completo de Deus, mas ele é liberado quando os irmãos vivem unidos em comunhão.
A comunhão é algo realmente poderoso.
Paulo chega a dizer que a igreja de Corinto estava doente porque seus membros não entendiam a comunhão:
Pois quem come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe juízo para si. Eis a razão por que há entre vós muitos fracos e doentes e não poucos que dormem. (1 Co 11.29-30)
Quando não temos discernimento do corpo, experimentamos morte e enfermidade.
Se a falta de comunhão traz doenças sabemos que a comunhão produz tudo o que já mencionamos: alimento, purificação, combustível, libertação e, principalmente, cura.
É como o orvalho do Hermom, que desce sobre os montes de Sião. Ali, ordena o SENHOR a sua bênção e a vida para sempre. (Sl 133.3)
No verso 3, lemos que a comunhão “é como o orvalho do Hermom, que desce sobre os montes de Sião”. O orvalho é símbolo da graça e da presença restauradora de Deus. Em Oséias 14.5, lemos que o Senhor mesmo será como um orvalho para Israel.
O orvalho nos fala de refrigério e frescor. De uma forma discreta, ele cai silenciosamente durante a noite, mas faz regar toda a terra. Em Êxodo 16.13, notamos que o maná caía com o orvalho. Se o compararmos com o Salmo 133, notaremos que o orvalho é a graça de Deus sobre nós.
Em Lamentações 3.22,23, lemos que as misericórdias do Senhor se renovam a cada manhã. Isso também nos lembra do orvalho.
É na comunhão dos irmãos que experimentamos a graça e o amor de Deus como o orvalho refrescante sobre nós.
Finalmente o salmista diz: Ali, ordena o Senhor a sua bênção e a vida para sempre. (Sl 133.3b)
Um aspecto vital da bênção de Deus é que ela libera vida, a igreja cresce e as células se multiplicam. Uma igreja abençoada certamente é uma igreja que cresce. Eu sei que é um paradoxo: jejuar pela comunhão e unidade para que venha a multiplicação.
Onde há união, ali Deus ordena sua bênção e a vida para sempre. Deus já tem ordenado a vida entre nós, basta que sustentemos a unidade da comunhão entre os irmãos.
Em nenhum outro lugar, fala-se mais de multiplicação e crescimento dos discípulos da igreja do que nos primeiros quinze capítulos de Atos. Entretanto, em nenhum outro lugar também, fala-se tanto a respeito da comunhão e da unanimidade que havia entre os irmãos.
A comunhão foi o segredo do crescimento.
Não precisamos de métodos ou estratégias mirabolantes para levar a igreja a crescer, precisamos apenas remover os entulhos que estão bloqueando o seu crescimento. Deus já ordenou a bênção e haverá muita vida entre nós.
Não deveríamos perguntar: “O que faz a igreja crescer”; antes, deveríamos nos questionar: “O que está impedindo a igreja de crescer?” Deus já ordenou a bênção e a vida eternamente sobre a igreja quando vivemos em união.
Assim, há um decreto divino de vida e crescimento, mas a bênção é bloqueada quando a unidade é quebrada.