O mundo valoriza a habilidade e busca a sorte, mas nós temos a benção de Deus sobre a nossa vida
Sobrevindo fome à terra, além da primeira havida nos dias de Abraão, foi Isaque a Gerar, avistar-se com Abimeleque, rei dos filisteus. Apareceu-lhe o SENHOR e disse: Não desças ao Egito. Fica na terra que eu te disser; habita nela, e serei contigo e te abençoarei; porque a ti e a tua descendência darei todas estas terras e confirmarei o juramento que fiz a Abraão, teu pai. Multiplicarei a tua descendência como as estrelas dos céus e lhe darei todas estas terras. Na tua descendência serão abençoadas todas as nações da terra; porque Abraão obedeceu à minha palavra e guardou os meus mandados, os meus preceitos, os meus estatutos e as minhas leis. Isaque, pois, ficou em Gerar. Perguntando-lhe os homens daquele lugar a respeito de sua mulher, disse: É minha irmã; pois temia dizer: É minha mulher; para que, dizia ele consigo, os homens do lugar não me matem por amor de Rebeca, porque era formosa de aparência. Ora, tendo Isaque permanecido ali por muito tempo, Abimeleque, rei dos filisteus, olhando da janela, viu que Isaque acariciava a Rebeca, sua mulher. Então, Abimeleque chamou a Isaque e lhe disse: É evidente que ela é tua esposa; como, pois, disseste: É minha irmã? Respondeu-lhe Isaque: Porque eu dizia: para que eu não morra por causa dela. Disse Abimeleque: Que é isso que nos fizeste? Facilmente algum do povo teria abusado de tua mulher, e tu, atraído sobre nós grave delito. E deu esta ordem a todo o povo: Qualquer que tocar a este homem ou à sua mulher certamente morrerá. Semeou Isaque naquela terra e, no mesmo ano, recolheu cento por um, porque o SENHOR o abençoava. Enriqueceu-se o homem, prosperou, ficou riquíssimo; possuía ovelhas e bois e grande número de servos, de maneira que os filisteus lhe tinham inveja. (Gn 26.1-14)
A Palavra de Deus nos mostra que há tempos de fome. A fome não procede do Senhor, embora Ele certamente use os tempos de fome para demonstrar os seus recursos ilimitados e expor as limitações humanas.
Isaque foi alguém que prosperou no meio de um tempo de fome. Não havia chuva e a semente mirrava sobre a terra, mas ele semeou e colheu cem vezes mais mesmo no tempo de crise. Ele não conquistou coisa alguma, mas recebeu tudo de seu pai. Ele é o símbolo do herdeiro. Todas as coisas foram preparadas para ele simplesmente porque era filho (Gl 3.29).
Hoje, fomos feitos filhos de Abraão. Estamos em Cristo e por isso somos a verdadeira semente de Abraão. Somos herdeiros da promessa.
Nesse texto, encontramos Isaque, o herdeiro da promessa, enfrentando a fome, mas prosperando muitíssimo mesmo em tempos muito difíceis. Vamos ver quais princípios espirituais o capacitaram a vencer naquele tempo de crise.
A herança é nossa, mesmo que ainda não estejamos na posse dela (vv. 1-5)
Deus disse a Isaque que ele não deveria descer ao Egito, mas deveria ficar ali, pois aquela terra seria dele. Todavia, naquele momento, Abimeleque era o rei de Gerar, o lugar onde Isaque habitava. Isso significa que, em algum momento, Deus iria transferir a posse daquela terra com toda a sua riqueza para Isaque e a sua descendência.
Transferência de riqueza aconteceu muitas vezes na Bíblia e vai acontecer novamente em nossos dias. Depois da noite da Páscoa no Egito, Deus transferiu as riquezas do Egito para Israel.
Como Ele pode transferir riquezas? Suponha que você tenha uma casa e tenha ficado longe por muito tempo. Ao voltar, encontra pessoas que a invadiram. Você é o dono da casa, mas outros a invadiram, portanto pode ir à justiça para tê-la de volta. Deus é o dono da terra, mas outros tomaram posse dela, no entanto Deus continua sendo o proprietário.
A transferência de riquezas acontece em tempos de fome. Foi numa época de fome que Deus colocou José para ser o segundo na corte de Faraó.
Não desça ao Egito (v. 2)
O Senhor disse a Isaque que ele deveria permanecer na terra, e não descer ao Egito. Deus somente pode nos abençoar se permanecemos na posição certa. Qual o significado do Egito?
O Egito é um símbolo da vida natural que não depende de Deus. No Egito, as pessoas não precisavam depender da chuva do céu, mas dependiam dos recursos naturais. No Egito, andamos por vista, e não por fé.
Em Deuteronômio, porém, lemos que a terra prometida depende da chuva que vem do céu (Dt 11.10-11). No Egito, as pessoas olhavam para o chão enquanto semeavam, mas, em Israel, elas olham para o céu esperando a chuva de Deus.
Na terra santa, Isaque precisava depender da chuva que vem do céu. Se a chuva não viesse, nada poderia frutificar. Deus ama quando vivemos por fé na sua graça. Entretanto, é preciso deixar de olhar para o chão e olhar para o céu.
Quando Deus mandou Noé construir a arca, Ele orientou que se fizesse apenas uma janela, a qual deveria ficar na parte de cima da arca. Por que não havia janelas ao redor? Porque Deus não quer que olhemos ao redor para as circunstâncias. Ele não queria que Noé e sua família olhassem para a morte e destruição ao redor, mas firmassem os seus olhos no céu.
Quando o Senhor multiplicou os pães e os peixes, Ele não olhou para o tamanho da multidão e a limitação dos recursos. Os discípulos olharam, mas Ele não. Ele ergueu os olhos para o céu e deu graças. Quando olhamos para cima, experimentamos a provisão. Aqueles que andam na carne estão sempre procurando algo que possam pegar, algo que possam fazer, algo em que possam se apoiar. Os que dependem de Deus, entretanto, sentem-se vulneráveis, mas são esses que experimentam a bênção, pois somente eles exercitam a fé.
Não vá para o Egito. Não ande por vista. Não procure meios para não depender de Deus.
Somos abençoados apesar de nossas falhas
Todas as vezes que a Bíblia menciona a esposa de um homem de Deus, ela afirma que era formosa. Rebeca também era uma mulher muito bonita. Isso certamente é parte da herança dos filhos de Abraão.
Agora chegamos a uma situação constrangedora. Isaque mentiu. Alguns dizem que, quando você mesmo causa o problema, Deus não o ajudará. Isaque mentiu, e isso certamente é errado, mas mesmo assim Deus o livrou. Abimeleque poderia tê-lo matado para ficar com Rebeca, porém, em vez disso, protegeu os dois. Ficamos confusos quando Deus nos livra mesmo quando nós é que fizemos a bagunça, mas esta é a graça de Deus, a sua bênção é justamente para quem não merece.
Em Rute 1, lemos que Noemi e Elimeleque deixaram Belém, que significa “casa do pão”, e foram para uma terra distante, dependendo dos seus próprios recursos. No fim, ela perdeu o marido e seus dois filhos, mas ficou sabendo que havia pão em Belém. Quando voltaram para Belém, Rute se casou com o homem mais rico do lugar.
Mesmo quando você próprio causa os seus problemas, se você clamar a Deus, Ele virá socorrê-lo (Lc 15.13-14). Um grande exemplo dessa verdade é o filho pródigo. Ele saiu de casa e esbanjou toda a herança que havia recebido. Quando perdeu tudo, a fome veio sobre a terra. Foi nesse momento que ele caiu em si e resolveu voltar para a casa do pai. A fome faz com que as pessoas caiam em si e percebam que precisam de Deus. A crise é útil porque ela pode levar as pessoas à lucidez, como aconteceu com o filho pródigo.
Depois que ele gastou toda a sua fortuna, veio uma severa fome sobre a terra. Contudo, na casa do pai, havia pão em abundância. Alguns pensam que a verdadeira prosperidade está lá fora, mas só há abundância na casa de Deus. O fato de haver um novilho cevado era sinal de que havia abundantes recursos, pão em abundância a ponto de poderem engordar um boi.
Quando ele voltou para casa, o seu pai não falou coisa alguma a respeito do dinheiro perdido, desperdiçado, apenas disse: “Matem o novilho. Eu tenho mais para gastar com você”.
A parábola diz que o filho voltou porque havia grande fome, mas, na casa do pai, havia novilhos que foram engordados unicamente para o dia da festa. Pode haver fome lá fora, mas sempre haverá suprimento na casa de Deus.
Somos abençoados apesar das circunstâncias (vv. 1,6)
Deus abençoou Isaque quando ele resolveu o problema que envolvia o seu casamento. Somos abençoados quando o nosso casamento possui realidade. O diabo procura destruir o casamento porque ele sabe que, quando há unidade de coração, pensamento e propósito, tudo o que ligarmos na terra será ligado no céu (Mt 18.18).
O princípio da primeira menção diz que a primeira menção de cada assunto na Bíblia traz luz sobre o seu significado. A primeira menção de ajuda e socorro na Bíblia foi quando Deus criou a mulher para ser ajudadora (Gn 2.18). A sua esposa não é um obstáculo. Ela não é contra você. Deus lhe deu uma esposa para ser a sua ajudadora. Isso, porém, não significa que ela deve concordar com tudo silenciosamente.
Isaque também prosperou porque ele semeou naquela terra onde havia fome. Em tempos de seca, o preço das commodities sobe muito, e foi justamente num tempo assim que Isaque teve uma supercolheita. Ele colheu em um ano o equivalente a um século. E tudo isso em um ano de seca e fome.
Nós somos filhos de Abraão e, quando filhos de Abraão semeiam numa terra seca, eles colhem cem vezes mais. Não importa o quão educado, habilidoso ou inteligente você seja, desde que a bênção esteja sobre você, a prosperidade virá.
O mundo valoriza a habilidade e busca a sorte, mas os filhos de Abraão possuem a bênção de Deus sobre a sua vida.
Será que Isaque não sabia que havia fome? Como ele poderia plantar mesmo assim? Simplesmente porque estava debaixo da bênção de Deus. A vontade de Deus é a nossa prosperidade. Não seja hipócrita criticando a prosperidade dos filhos de Deus e, ao mesmo tempo, desejando prosperidade a todos a cada novo ano.
Cantem de júbilo e se alegrem os que têm prazer na minha retidão; e digam sempre: Glorificado seja o SENHOR, que se compraz na prosperidade do seu servo! (Sl 35.27)
Deus tem prazer em que os seus filhos prosperem, por isso não se envergonhe de buscar as melhores escolas para os seus filhos ou desejar ter a sua própria casa e o seu carro. Deus quer que você prove do melhor e viva debaixo da bênção.
Somos abençoados porque semeamos
Existe algo de espiritual em toda semeadura. O lavrador, ao semear, precisa depender de Deus para que mande a chuva e faça a semente reviver no solo, mas Deus não ressuscita apenas a semente, Ele ressuscita a árvore que possui frutos, os quais carregam muitas sementes. Aquele que semeia precisa depender de Deus para que venha a chuva e aconteça a multiplicação.
Antes de semear, é preciso experimentar a graça de Deus de colher o que nunca plantou. Só depois de ter descoberto que tudo o que você possui lhe foi dado graciosamente, sem merecimento algum, é que você se torna qualificado para ser um semeador. Em outras palavras, você precisa ter uma primeira semente para começar a sua plantação. E de onde virá essa semente? Ela lhe será dada gratuitamente por Deus. Essa primeira semente não é fruto de semeadura, mas é a simples expressão da graça de Deus.
Ninguém realmente dá nada a Deus, apenas devolve o que recebeu, porque homem nenhum pode ter coisa alguma se do céu não lhe for concedido (Jo 3.27). Entretanto, depois que experimenta a graça de ganhar a semente, você precisa semeá-la. Essa semeadura já é a sua recompensa, porque mais bem-aventurada coisa é dar do que receber (At 20.35). Não transforme a sua semeadura num tipo de barganha com Deus.
Somos abençoados apesar das perseguições
O resultado inevitável da prosperidade é que pessoas terão inveja de nós. Essa inveja eventualmente se transformará em perseguição.
O Senhor Jesus prometeu que todo aquele que renunciasse a algo por amor a Ele e ao evangelho receberia cem vezes mais. Esta também foi a medida com a qual Isaque foi abençoado (Mc 10.29-30).
O Senhor não diz que a recompensa virá no céu, mas afirma claramente que será no presente. Receberemos cem vezes mais casas e campos que tenhamos sacrificado como semeadura por causa do Senhor e da sua casa. Contudo, junto com a prosperidade, teremos também algo de que não podemos escapar: a perseguição. Assim como Isaque, aqueles que prosperam são perseguidos. Mas não devemos ficar desanimados, porque, no fim, a promessa do Senhor é que podemos ter o melhor deste mundo e também do vindouro.
O mesmo Deus que abençoou Isaque também vai abençoar você. É preciso semear com a atitude de fé de que estamos debaixo do favor de Deus, porque, em Cristo, somos filhos de Abraão.
Perguntas para compartilhar:
– De que maneira você tem semeado?
– O que esse tempo de crise tem lhe ensinado?